A nova escravidão

A nova escravidão

Uma nova escravidão está a instalar-se no mundo. Persistente, invasiva e quase irreversível, pela forma como se está a tornar indispensável.


Assusta ver crianças de tenra idade a ocuparem-se com os ecrãs;


Assusta ver pais que só encontram solução às birras dos filhos, oferecendo-lhes mais ecrãs;


Assusta ver que o momento de descanso entre aulas, onde se usa o computador como ferramenta, faz-se com uma passagem do dedo num ecrã, para mudar o canal.


O sol, o convívio físico, as conversas dependem grandemente de um comando.


A virtualidade que as tecnologias oferecem, a bem da vida, está assustadoramente mal interpretada.


Acredito que o problema não está na evolução tecnológica, mas sim na forma como valorizamos a nossa humanidade.


A evolução acontece para benefício da vida e não o contrário. Estamos a construir uma escravidão enganosa, alimentada pela terrível força do egoísmo e de uma vida de aparências.


É assustador perceber como as pessoas se virtualizam a todo o instante.


Crescer, desde pequeno, à custa do motor de busca, é perigoso. Sem capacidade de discernir, as crianças e os jovens adolescentes, porque ainda estão a crescer, correm, esmagam-se, criticam, opinam, enganam-se, maltratam-se e no final desesperam (tudo sem saírem do lugar).


Porquê?


Será que o universo dos adultos não terá espaço para eles? Será que os próprios pais também, tal como os filhos, correm, esmagam-se, criticam, opinam, enganam-se, maltratam-se e no final desesperam (tudo sem saírem do lugar), tão ocupados estão com os ecrãs?


Bora, lá, malta, cuidar das emoções, dos sorrisos, das lágrimas, dos abraços, do sentir o outro, enquanto vamos a caminho.


A imortalidade é um vasto oceano que aguarda entendimento sobre quem realmente somos: Espíritos a viver uma experiência terrena. De nada adianta escondermo-nos numa vida virtual, que jamais será real.


Abracemos mais os nossos filhos, olhemos mais nos olhos uns dos outros, usemos o coração para sentir a vida que palpita incessante, oferecendo-nos um acolhimento único, digno da nossa humanidade.


E sim, as tecnologias são precisas. Mas, como diz o ditado: Cada macaco no seu galho!


Manuela Vieira




Manuela Vieira

Escritora, poeta e contadora de histórias.

Adoro voar com as palavras!

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