A Sabedoria da infância

A "Sabedoria" da infância

A criança de 4 anos para a mãe:

— Temos um esqueleto cá dentro? (A apontar para o peito)

— Sim, está protegido pelos músculos, gordura e pele.

Muito depressa, a criança acrescentou: — E ainda temos a alma!


Haverá sabedoria na infância?


Há sinais visíveis no mundo que mostram, de forma inequívoca, a possibilidade de a lei da reencarnação ser uma realidade. Estará a ciência a acompanhar este facto?

Acredito que sim. E, enquanto acompanha e não acompanha, a vida acontece.


Fenómenos de lembranças de vidas passadas, relatos sobre as Experiências de Quase-Morte (EQM´s) , as Visões no Leito de Morte (VLM´s), as crianças prodígio, as crianças que desde pequenas falam línguas que não aquela falada no seu meio familiar e, outros tantos casos, têm sido objeto de investigação por parte da ciência. Estudos, esses, que vão além do que já se conhece sobre o cérebro ou aspetos profundos do corpo humano. Percebeu-se que haverá um outro software “embutido” no corpo. Não será isso a alma?


A criança estava com febre. Após tomar a medicação, passado algum tempo, a mãe coloca a mão na face da criança para perceber se a temperatura baixou. Ao sentir a mão da mãe, que lhe pareceu um gelo, a criança disse com muita convicção:

— Mãe, quando tu eras “morrida” a tua cara era assim gelada!

Os pais, que ouviram essa afirmação, ficaram surpresos. A criança explicou que se lembrou, mas nada mais sabia dizer.

Desde 1857, com a edição de “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec, ao mundo foi apresentado um estudo exaustivo sobre a Vida e a destinação humana. Entre muitos outros aspetos, os fenómenos mediúnicos, não só os de efeitos físicos como também os inteligentes, foram, nesta e nas demais obras espíritas, objeto de esclarecimento que muito importa compreender.


De referir que, bem antes desta data, aliás, desde sempre, este fenómeno acontecia. Sendo a mediunidade uma faculdade humana, mesmo sem uma compreensão mais racional, as comunicações aconteciam. As pitonisas, as chamadas bruxas, os adivinhos, etc.


Ao longo da história, muitos são os registos sobre a queima das “bruxas”, pois as comunicações entre médiuns e espíritos incomodava o sistema religioso. No fundo, deparamo-nos com uma luta contra algo em que as pessoas até acreditavam, mas percebiam o quanto incomodava o sistema. Deixar o povo na ignorância era missão de quem reinava na época.


Mas estamos em pleno século XXI. As tecnologias avançaram de forma incrível, proporcionando um avanço do progresso material que nos separa de forma indelével do longínquo homem primitivo, da época em que a Inquisição era uma força medonha, ou até, mais recentemente, em que o telefone era pesado e a TV a preto e branco. Agora, num estalar de dedos, faz-se luz. Terá a ética, o progresso moral acompanhado este avanço?


O que nos falta para compreender que para além do que se vê está o essencial? Incrível, como a frase no célebre livro “O Principezinho” cativou o mundo. “O essencial é invisível aos olhos”. Grande verdade contida na obra de Antoine de Saint-Exupéry.


Será que falar da alma, da imortalidade, da comunicabilidade com o mundo espiritual não é assunto que deveria estar na ordem do dia? Falar da reencarnação? Mudaria alguma coisa nas nossas vidas, essa verdade? A ganância, os genocídios, as guerras, a corrupção, a desonestidade, a exploração, os preconceitos, seriam certamente afetados com este conhecimento. E isto, não seria bom? Não grita o mundo por socorro? Mudar o ponto de vista sobre quem realmente somos e sair da fantasia do poder, do esmagar e do ter em detrimento do SER, não será uma emergência? Acredito que sim.

Afinal, a busca desenfreada de respostas materialistas, sem os cuidados com a nossa verticalidade, deixa-nos longe da humanidade que somos. Descobrir a alma com mais propriedade é uma urgência. Elevar-se em consciência é uma necessidade.


O avô faleceu. A mãe cuidadosa tenta explicar a filha de três anos e meio sobre esta morte.

— Filha, o avozinho estava doentinho e o seu coração não aguentou. Agora ele vai para o céu. É mais uma estrelinha a brilhar.

— Ó mãe, mas o avô está sentado no sofá!

— No sofá?

— Sim, aí mesmo — disse, apontando para o sofá, onde habitualmente o avô se sentava.


Haverá sabedoria na infância? O termo não será sabedoria, certamente. No entanto, há um tempo, nos primeiros anos de vida, em que a possibilidade de uma visão mais alargada, um sentir mais próximo da vida espiritual, que nos toca, independentemente da perceção de cada um, acontece. É natural na infância e, em muitos casos, mais acentuada do que em certos adultos sensitivos.


Manuela Vieira

Manuela Vieira

Escritora, poeta e contadora de histórias.

Adoro voar com as palavras!

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