Escrita mediúnica \/ Psicografia

Para falarmos da escrita mediúnica ou psicografia convém percebermos que ser médium não é ser alguém especial.

A mediunidade é uma sensibilidade inerente ao ser humano e, de acordo com os estudos científicos apresentados pelo Espiritismo, diz-se que “Médium é toda a pessoa que sente a influência dos Espíritos em qualquer grau de intensidade. Por isso mesmo, não constitui privilégio e são raras as pessoas que não a possuem pelo menos em estado rudimentar.” (Allan Kardec em O Livro dos Médiuns)

“Dessa maneira, a mediunidade é uma condição natural do homem, uma faculdade geral da espécie humana, que se revela em dois campos paralelos de fenómenos: os anímicos, decorrentes das atividades do nosso próprio espírito fora do condicionamento orgânico; e os espíritas, decorrentes das relações naturais do nosso espírito com outros Espíritos.” (Allan Kardec em O Livro dos Médiuns)

No fundo e, de alguma forma, todos somos médiuns, pois o chamado sexto sentido é próprio da nossa condição espiritual.

A mediunidade – palavra trazida por Allan Kardec, na codificação espírita, para dar nome ao fenómeno da comunicação com os Espíritos – manifesta-se de várias formas e variedades. Umas, mais ostensivas, são aquelas cuja manifestação é mais percetível e outras, de forma mais ténue.

A começar pela simples inspiração a outro tipo de sentires, a mediunidade manifesta-se, não importa a idade, o sexo, a religião ou mesmo o nível da moralidade.

A escrita mediúnica é uma das possibilidades de manifestação mediúnica. Dá-se-lhe o nome de psicografia.

“De todas as formas de comunicação, a escrita manual é a mais simples, a mais cómoda e sobretudo a mais completa. (…) Além disso, para o médium essa faculdade é a mais suscetível de se desenvolver pelo exercício.” (Allan Kardec em O Livro dos Médiuns)

De acordo com a explanação contida em “O Livro dos Médiuns”, existem os seguintes tipos de médiuns psicógrafos:

Médiuns mecânicos: caracteriza-se pelo fato de movimentar a mão, escrevendo sob a influência direta do espírito, com uma impulsão completamente independente da sua vontade, que avança sem interrupção enquanto o Espírito tiver alguma coisa a dizer. Nesta situação, o médium não tem a menor consciência do que escreve. O médium fica totalmente passivo.

Médiuns intuitivos: o médium intuitivo age como um intérprete para transmitir o pensamento do Espírito; por isso, precisa compreendê-lo, a fim de traduzi-lo fielmente. Esse pensamento, não é dele, mas passa através do seu cérebro. É exatamente esse o papel do médium intuitivo.

Médiuns Semi-mecânicos: o médium semi-mecânico participa das duas condições. Sente a mão impulsionada, sem que esta seja sua vontade, mas ao mesmo tempo tem consciência do que escreve, à medida que as palavras se formam. No primeiro, o pensamento aparece após a escrita; no segundo, antes da escrita. Também pode ocorrer ao mesmo tempo. Estes médiuns são os mais numerosos.

Médiuns inspirados: é o tipo de médium que recebe mensagens em estado de êxtase, comunicações mentais estranhas às suas ideias e o que os caracteriza é, sobretudo a espontaneidade e o caráter rico de informações como uma sinfonia, um livro, sem que seja músico ou escritor.

Médiuns de pressentimentos: é uma variedade de médiuns inspirados.

Muito mais há para dizer acerca da mediunidade, pelo que aconselhamos, a quem estiver interessado em perceber mais, inclusive a perceber melhor a sua própria mediunidade, o estudo sério da Doutrina Espírita ou Espiritismo.

Nenhuma destas variedades da mediunidade de psicografia dispensa o escritor/médium do trabalho árduo, do estudo, da disciplina, dos cuidados a ter com a escrita, da revisão não só das questões intrínsecas à escrita, como também de conteúdo. Nenhuma inspiração dispensa o trabalho. Muito pelo contrário, a responsabilidade aumenta.

O Espiritismo é uma ciência filosófica de consequências morais. Como ciência, investiga os factos espíritas. Como filosofia explica-os. Como ética dá-nos um roteiro moral para as nossas vidas. Pode-se definir como sendo a ciência que estuda a origem, natureza e destino dos espíritos, bem como as relações existentes entre o mundo espiritual e o mundo corpóreo.

Sites com material de estudo: ADEP; FEP; AME

Manuela Vieira